segunda-feira, 30 de março de 2009

Jornais e política

Em 1808, surgia o Correio Braziliense, periódico criado por Hippólyto José da Costa
Pereira Furtado de Mendonça. Com publicação mensal, o Correio era produzido em Londres e remetido ao Brasil.

Naquele ano, vários acontecimentos mudaram a vida do Brasil. A chegada da família real portuguesa, a transformação de colônia para Reino Unido, e medidas tomadas pelo príncipe D. João VI, como a imprensa oficial, responsável pela publicação da Gazeta do Rio de Janeiro, jornal concorrente.

Neste contexto, o Correio adotou uma postura um tanto oposicionista em relação ao Reino de Portugal, tendo defendido o fim da escravidão e fazendo uma ampla cobertura da Revolução Pernambucana de 1817 e da independência do Brasil, entre 1821 e 1822.

Refletindo sobre isso, podemos pensar: E hoje, como os jornais adotam suas posturas em relação ao Poder Público?

Atualmente, os jornais de maior circulação nacional são O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, e Jornal do Brasil. Sem a censura, imposta nos tempos mais antigos, esses periódicos têm liberdade para expor a sua posição em relação ao Governo. E procuram fazer isso sempre sob a bandeira de um jornal “imparcial”, “que luta pelos direitos do povo”.

Vamos pegar a Folha como exemplo. O jornal diz sempre expor “os dois lados da noticia”, embora muitas vezes seja criticado por posições e atitudes tomadas. Correntes petistas ligadas ao atual governo de Luis Inácio Lula da Silva acusam o periódico de promover antecipadamente o nome de um pré-candidato de um partido de oposição à Presidência.

Mesmo que posturas assim existam de fato, e sejam questionáveis, fica claro que a liberdade para que isso aconteça existe. Em outros tempos, jornais que fossem de oposição, declaradamente ou de forma mais discreta, sofriam terríveis perseguições. Portanto, fica evidente o quanto a imprensa evoluiu e pôde evoluir com o tempo.

Allan Simon

Fonte de Pesquisas: "História da Imprensa no Brasil", Editora Contexto, organização de Ana Luiza Martins e Tania Regina de Luca

Um comentário:

  1. Imprensa imparcial é praticamente impossivel no meu ponto de vista por dois motivos:
    a)é feito por pessoas! E até o melhor dos jornalistas tem seus pontos de vista,e mesmo que subliminarmente emprega isso nos seus textos.
    Os próprios jornais deixam 'claro' suas posições no editorial e no ombudsman. Mesmo que não declarem explicitamente, um leitor atento conhece a posição da Folha, do Estadão e de qualquer coisa que ele esta habituado a ler.

    b)Não sou das extremistas que acham que apropaganda deve ser banida dos periódicos. Mas, sem dúvida, esses 'patrocinios' afetam direta e indiretamente a posição de um jornal. Afinal, eu não vou fazer uma matperia especial sobre o escândalo que ocorreu na empresa que fornece o maor capital pra produção do meu jornal certo?

    Por hora, acredito que seja isso. Com o tempo, sem dúvida, outras razões aparecerão. :)


    Beijos meninos. Blog muito legal ^^
    Sucesso!

    Jak - Blog Terceira Visão [manhã2]

    ResponderExcluir