segunda-feira, 6 de abril de 2009

Os dois lados do Jornalismo de Serviços

Jornalismo de Serviços. Esta forma de passar informação possui muita importância na história do Jornalismo. Mas tem também, em torno de si, muita discussão sobre a sua real influência na sociedade.

Para a doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, Ana Carolina Temer, “Jornalismo de serviço é aquele que vai além da simples divulgação da informação e se preocupa em mostrar/demonstrar fatos e ações que a curto, médio ou mesmo longo prazo, vão contribuir para melhores condições de vida do receptor.” e também “informações que o tornem mais saudável, mas disposto para o trabalho, mas apto a administrar o próprio tempo ou dinheiro”.

Já Dennis Oliveira, doutor em Ciências da Comunicação pela USP, pensa por outro lado. Para ele, “O jornalismo de serviços nada mais é do que a reconstrução da realidade sob a ótica do consumo”. Diz ainda que a “aproximação da linguagem do jornalismo com a da publicidade e propaganda” é a primeira conseqüência deste tipo de Jornalismo, e critica também os jornais que oferecem brindes aos leitores que o compram, pratica exercida principalmente desde os anos 1990.

Para falar um pouco sobre essas contradições e pontos, entrevistamos o repórter do caderno Cultura & Lazer do Diário do Grande ABC, Dojival Filho.

Jornalismo & História: Por lidar com informações úteis a vida das pessoas, esse serviço exige mais conhecimento do jornalista?
Dojival Filho: Sim, claro. É importante salientar que, assim como qualquer ser humano, o profissional de jornalismo tem limitações e nunca conseguirá dominar todos os assuntos. Mas é fundamental que ele tenha um repertório variado de conhecimentos, e esteja bem informado a respeito dos temas que costuma abordar.

J&H: Você concorda com a opinião de alguns estudiosos que apontam que o Jornalismo de Serviços induz as pessoas ao consumo?
DF: Não. Acho que esse tipo de jornalismo apenas auxilia quem necessita dele. Não vejo nenhuma interferência nesse sentido.

J&H: Pelo fato de interferir diretamente na vida das pessoas, a responsabilidade de publicar uma noticia relacionada à área de serviço é maior do que em outras áreas?
DF: Evidente. Na área em que atuo, por exemplo, se você divulga um show com horário diferente do divulgado pelos organizadores ou um evento com local errado, dá para imaginar os problemas que esses erros causarão na vida das pessoas interessadas.

J&H: Quais são, na sua opinião, os pontos positivos e negativos do Jornalismo de Serviços que é praticado atualmente?
DF: Positivo: informa de maneira concisa exatamente o que as pessoas precisam saber: data, horário, preço, etc. Negativa: quando ele se transforma em algo burocrático e o repórter perde a oportunidade de ‘temperar’ as informações com sua marca pessoal ou curiosidades.

J&H: Na sua opinião à parte de serviços de cultura e lazer do Diário, possui um grande destaque na visão dos leitores, comparada a outras áreas?? E como verificam se o que está sendo publicado agrada o leitor?
DF:Periodicamente, são feitas pesquisas de opinião, mas não saberia dizer se tem mais ou menos destaque.

J&H: Pra encerrar, que conselho você daria aos estudantes de jornalismo que pretendem um dia estar na área do Jornalismo de serviços?
DF: O que diria para qualquer aspirante a jornalismo: leia bastante, busque aprimoramento constante, seja curioso, questione tudo, tenha humildade, paciência e dedicação.

Allan Simon
Elder Monteiro

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